quinta-feira, 28 de junho de 2012

Anedota: o homem em cima do muro

Era uma vez um homem, assim como nós, como eu e você que embora racionais, somos mortais. Então, era uma vez um homem que bateu com a caçuleta, enfim, morreu. De repente, essa alma perdida, duvidosa, cheia de hesitações, perturbada, profundamente indecisa, se viu entre o céu o inferno, ou seja, essa alma estava ali, em cima do muro.



De um lado, o céu, com os anjinhos e todos os santos, de roupas brancas, limpinhas. O verdadeiro paraíso. Do outro lado o inferno, e lá o “coisa ruim”, que não podemos nem mencionar o nome só pra evitar maldição.

Do lado do céu os anjinhos chamavam pelo homem que estava lá, em cima do muro. Eles diziam: - pule homem, pule pra cá, não foi com isso que você sonhou a sua vida inteira? Aqui é o Paraíso. Veja só que maravilha. São Pedro quer lhe ver, Madre Tereza também. E o homem lá, parado, indeciso, sem saber o que fazer.

Do outro lado estava o “coisa ruim”, de braços cruzados sem falar nada, absolutamente nada. Nenhuma palavrinha.



E por ali, tinha um filósofo. Só observando, contemplando a cena, pois essa é a atitude do filósofo: Ele observa e espera a situação oportuna para falar, melhor, para perguntar. Muito curioso, típico de todo homem pensante, como não estava entendendo a atitude do “coisa ruim”. Foi até lá e perguntou.



E o homem lá, em cima do muro.



- Me diga uma coisa, disse o filósofo, do outro lado está todo mundo chamando, implorando pra ele pular, estão todos na maior torcida. E você aqui não fala absolutamente nada. Você não vai convidá-lo para pular pra cá.



Daí o “coisa ruim” olhou profundamente nos olhos do filósofo e disse:
- Meu amigo, em cima do muro já é o meu lado...



Moral da história: quem não escolhe, quem vive na indecisão, sempre protelando, está literalmente no inferno.
 
Texto da Filosofa e admirada maratonista  Silvia S Sant'Ana
 
Postado por Tatiane Medeiros
 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O COLECIONADOR DE PROBLEMAS



Em uma aldeia onde haviam muitos colecionadores.

Passavam a vida colecionando objetos descartados pelas outras pessoas.

Os colecionadores descobriram que uma vez que se tenha uma grande e variada quantidade de artigos descartados, eles se tornam valiosos novamente.

Um colecionador tinha uma provisão esplêndida de garrafas de vidro.

Ele chamava a atenção pendurando algumas em árvores e criando música batendo com varas.

Outro colecionava sapatos de todos os tamanhos.

Ele comentava o quanto variava o tamanho e as formas dos pés das pessoas.

Havia colecionador de panela, colecionador de selos, de taco de golfe e colecionadores de chapéu, de livros cômicos e colecionador de cartão esportivo.

Na verdade, era uma verdadeira coleção de colecionadores.

Um dia um velho homem chegou à cidade e vagando pela aldeia perguntava onde ficava a praça dos colecionadores.

Ele levava um grande pacote, mas não parecia estar carregado nem muito pesado.

Ele encontrou a praça dos colecionadores e se alojou em um canto.

Naturalmente, os colecionadores descobriram que havia um novo colecionador na cidade, e eles queriam saber o que ele tinha no pacote.

Ele respondeu que nada havia mas apenas seu almoço e uma capa de chuva para o caso de chover.
- Você quer dizer que não tem uma coleção? - eles perguntaram - Você não é um colecionador?

- Oh, sim. - ele respondeu - eu sou um grande colecionador.

Mas o que eu coleciono não cabe em um pacote ou uma caixa.

Eu coleciono os problemas e as preocupações das pessoas.

Esta era uma idéia estranha e lhe pediram que explicasse.


- Bem, veja você, eu descobri há muito tempo que entre as coisas que todos querem se livrar existem as preocupações, os problemas, fardos pesados, tristezas, tempos difíceis - todo este tipo de coisas que jogam as pessoas para baixo e faz suas vidas mais tristes. Assim eu me ofereço para colecionar estes problemas e elas se sentem bem.

Não é simples?

Alguns dos colecionadores pensaram que era uma convicção tola e possivelmente isso era perigoso à reputação de sua profissão.

O velho não parecia prejudicar ninguém, entretanto, assim eles o deixaram só.

Logo apareceu alguém e perguntou como ele colecionava problemas, e ele respondeu,
- Bem, há algo provavelmente em sua vida que o aborrece agora mesmo - um pouco de preocupação que você tenha.

Me fale um pouco sobre isto e eu a acrescentarei à minha coleção.

- Mas como isso me ajudará? Você pode desaparecer com o problema só porque lhe falo sobre isto?

- Não, mas você se sentirá melhor. Tente.

Assim a pessoa falou para o velho sobre algo que era um problema. Quando a história terminou, o colecionador de problemas acenou com a cabeça algumas vezes, elevou as mãos como se erguesse algo pesado e fingiu colocar no pacote.
- Pronto! Eu guardei este. Como você se sente? Perguntou.

A pessoa que tinha o problema respondeu:
- Estranho. Me sinto bem. Eu acho que posso controlar o problema muito melhor agora. Realmente funciona!

As palavras se espalham ao vento. Logo havia uma multidão em volta do colecionador de problemas.

Um dia, uma mulher apareceu na aldeia caminhando lentamente e com considerável dificuldade.

Logo a levaram ao colecionador de problemas.

Quando ele explicou a ela que tipo de colecionador ele era, ela começou a lamentar:
- Oh, você não sabe quantas problemas e pesados fardos há neste mundo.

Eu venho de uma cidade onde há mais problemas do que em qualquer outro lugar.

Todos sofrem e ninguém tem qualquer esperança.

E o pior é que as autoridades da cidade prosperam passando por cima dos problemas do povo.

É um lugar horrível, desesperador.

Eu tive que partir.

Era a única esperança que eu tinha.

O colecionador de problemas ficou sério.

Se levantou e ergueu o pacote com um gesto que era mais lento e mais doloroso que o normal.

Depois de um longo silêncio, falou lentamente.
- Eu tenho que ir até lá.

Os aldeãos e a mulher fizeram um grande protesto.

Eles não queriam perder o colecionador de seus problemas.

Tinham medo de como ficaria a cidade e lhe imploraram que ficasse.

O velho se escapuliu no meio da noite.

Muito tempo se passou até que um cansado jovem entrou na aldeia. As pessoas sabiam, sem perguntar, que ele vinha da cidade.

Eles o ajudaram da melhor forma que podiam, e quando ele estava se sentindo melhor, lhe perguntaram se sabia do velho que tinha partido para a cidade várias semanas atrás.

- Conheci sim!

Este homem entrou quieto na cidade e, no princípio, ninguém o notou.

Então de vez em quando você poderia vê-lo conversando com pessoas - escutando principalmente.

Quando um pessoa terminava de falar, ele curvava a cabeça e fazia estranhos gestos com as mãos e a pessoa começava a se sentir melhor.

Pela primeira vez em um longo tempo, as pessoas da cidade começaram a se sentir melhor e ter um pouco de esperança.

- Sim, nós sabemos.

Ele fez isso aqui também.

Respondeu um dos aldeãos.

- Bem, não levou muito tempo para as autoridades o notarem.

Lhe mandaram partir e deixar de se intrometer nas vidas de outras pessoas.

Ele simplesmente recusou.

Disse o jovem da cidade.

E com os olhos tristes e um nó na garganta, continuou:
- Eles o colocaram na prisão, mas lá ele colecionou os problemas dos outros prisioneiros.

Finalmente, as autoridades decidiram que ele era uma ameaça subversiva ao sistema.

Assim eles o executaram.

Os aldeãos ofegaram.

Alguns começaram a chorar.

- Eu sinto muito por lhes trazer estas tristes notícias.

Ele também era meu amigo.

- É doloroso para nós, você sabe.

Como faremos agora que ele morreu?

De repente o rosto do jovem ficou iluminado.
- A idéia ainda funciona! Ele exclamou.

Colecionar problemas ainda funciona! Você pode fazer isto para mim, e eu posso fazer isto para você.

Ele só nos mostrou como fazer!

O jovem saltou, cheio de energia e com força renovada.
- Estou voltando para a cidade!

- Mas o que fará você por lá? - vários aldeãos perguntaram em harmonia - Você ficou doido? Lá existem muitos problemas.

- Exatamente! Exatamente! - ele continuou - É por isso que eu vou. Aprendi a lição, vou ajudar as pessoas a se sentirem melhor.

Me tornarei um colecionador de problemas!

O que tenho a fazer é simples: basta ouvir as pessoas.

Fazer com que elas se abram, desabafem e, assim, reflitam melhor, sintam-se mais leves.

E hei de espalhar o que aprendi.

Hei de criar novos colecionadores de problemas.

Ei você!

É, você que está lendo este texto!

Quer se tornar um colecionador de problemas?


Tradução de SergioBarros
do texto de Leo Remington 


Postado por Tatiane Medeiros

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Os Patins


Existem pessoas que têm medo de  viver...
Em certa ocasião, havia um menino que tinha adoração por  patins.

Era tudo o que ele queria na vida.
Pediu, pediu, tanto fez que um belo dia, eis que conseguiu.

Ficou muito feliz com o par de  patins, não desgrudava dele um minuto

sequer, era dia e noite, o menino  e os patins.

Só que no primeiro tombo, no primeiro  arranhão, ele ficou com medo
de estragar os patins e resolveu guardá-los.
Os patins ainda eram a coisa que ele mais queria, o que ele mais gostava
de fazer era estar com eles.

Mas ele preferiu apenas ficar olhando e  não usar mais para não estragar.

O tempo foi passando e os patins  guardados.
Passaram-se anos e o garoto esqueceu os patins.

Então, em um belo dia, ele se lembra,  sente saudades e resolve recuperar
o tempo perdido.
Vai até o  armário, revira tudo e finalmente encontra os patins.
Corre para calçá-los  e aí tem uma terrível surpresa.

Os patins não cabem mais nos seus  pés.

O menino, acometido de profunda  tristeza, chora e lamenta os anos
perdidos que não vai mais poder recuperar.
Poderia sim comprar  outro par, mas nunca seriam iguais àqueles!

Assim como o menino da história, são as  demais pessoas.
Guardam sentimentos, com medo de vivê-los, de se machucar  e depois,
quando resolvem retomar este sentimento, muitas vezes ele já  passou de sua
melhor fase.
Aqueles patins eram especiais para o  menino, eram únicos, por mais
que comprasse outro par, não iria ser  igual.

Deixe as besteiras de lado, as  brigas, os ressentimentos, os medos

 e viva amor  hoje.

O que importa é o presente e ser  feliz.

Não guarde os patins, talvez hoje ainda haja tempo, amanhã pode ser tarde
demais...

Autor desconhecido - texto recebido por email
Postado por Tatiane Medeiros Cunha

terça-feira, 19 de junho de 2012

Meu filho, você não merece nada

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)
texto retirado do site: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00-MEU+FILHO+VOCE+NAO+MERECE+NADA.html

Posstado por Tatiane Medeiros Cunha

domingo, 17 de junho de 2012

Clarise Lispector (um pouco de poesia)


Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser porque você possui apenas "uma vida" e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar, duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre.
(Clarice Lispector)


postado por Tatiane Medeiros

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Lei do Caminhão de Lixo

Um dia peguei um taxi e fomos direto para o aeroporto.
Estávamos rodando na faixa certa quando de repente um carro preto saltou do estacionamento na nossa frente.

O motorista do taxi pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz!

O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para
nós.

O motorista do taxi apenas sorriu e acenou para o cara.

E eu quero dizer que ele o fez bastante amigavelmente.

Assim eu perguntei: 'Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital!'

Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo 'A Lei do Caminhão de Lixo."

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por ai carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, e de desapontamento. À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam
de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente. Não tome isso pessoalmente.

Apenas sorria, acene, deseje-lhes bem, e vá em frente. Não pegue o lixo delas e espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, ou nas ruas.

O princípio disso é que pessoas bem sucedidas não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia. A vida é muito curta para levantar de manhã com sentimentos ruins, assim... Ame as pessoas que te tratam bem. Ore
pelas que não o fazem.

A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe!

Tenha um ano abençoado, livre de lixo!

Autor desconhecido


Postado por Tatiane Medeiros

segunda-feira, 4 de junho de 2012

ADOTE UM ADULTO

 
Adote um adulto e ensine a ele coisas que ele já esqueceu.
Você pode adotar seu pai, mãe, tio, um amigo virtual,
marido, namorado ...
O importante é encontrar alguém que precise ser adotado,
precise voltar a ser criança.

COMO ESCOLHER?Humm!!! é fácil reconhecer os adultos
que mais precisam ser adotados:
eles costumam ser:
ranzinzas,
mal-humorados e
cheios de coisas para fazer.

São sérios demais, vivem reclamando do que fazem,
não gostam de barulho, de música ou de coisas inesperadas.
Odeiam surpresas e geralmente não gostam de
comer doces ou andar descalços.

Aposto que conhecemos muitos assim ...... ;o) !!!

O QUE FAZER?

Depois que tiver escolhido, chegue perto,
de mansinho e, com muita paciência,
vá ensinando a ele como ser criança outra vez.

Faça um lindo desenho e dê a ele de presente.

Ensine-o a fazer as nuvens crescerem (na imaginação),
aprender a gostar de carinho
(comece com 1, 2, 3 beijinhos, beijo é bom !!),
a acreditar em anjos, dragões
(conte-lhes uma história aonde ele será o herói,
e matará o dragão feroz que existe dentro dele),
a chupar pedrinha de gelo,
a olhar o céu, só por um momento ...

O importante, será não desistir ...
e lembre-se, o que é fácil para nós,
pode ser difícil para eles.
Muitos esqueceram a criança que existe dentro de cada um...
 
Postado por Elizângela Miranda

A lebre e a tartaruga


A lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Até o dia em que encontrou a tartaruga.
– Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a vencedora – desafiou a tartaruga.

A lebre caiu na gargalhada.
– Uma corrida? Eu e você? Essa é boa!

– Por acaso você está com medo de perder? – perguntou a tartaruga.
– É mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para você – respondeu a lebre.

No dia seguinte a raposa foi escolhida para ser a juíza da prova. Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga não se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tão certa da vitória que resolveu tirar uma soneca.

"Se aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a ultrapasso" – pensou.

A lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora. Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que não descansara um só minuto, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

Desse dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da floresta.
Quando dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga...

Moral: Quem segue devagar e com constância sempre chega na frente.

Do livro: Fábulas de Esopo - Editora Scipione

domingo, 3 de junho de 2012

Reflexão que vale a pena: rótulos psiquiátricos!



Este vídeo é belissimo! Nos convida ao exercício constante de não rotular e sim ampliar as possibilidades de compreensão e intervenção!!! Olhar para as crianças e jovens com um olhar de cuidado, sensível as suas necessidades de acordo com as fases de desenvolvimento e disposto a perceber e ressaltar suas potencialidades e trabalhar suas dificuldades!!

Postado por Fabiana Vitorino