segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Tempo: ele está passando mais rápido? Dá para desacelerar?

O relógio do mundo contemporâneo bate cada vez mais rápido. Em resposta, surge a necessidade de equilibrar os ponteiros internos e externos

Texto Raphaela de Campos Mello | Design Roberta Jordá | Ilustração Alberto Ruggieri/Getty Images

Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa.” O ato de rebeldia manifesto na canção Paciência, composta pelo músico pernambucano Lenine, ainda é para poucos. No Ocidente, sobretudo nas grandes cidades, a maioria das pessoas responde à pressa com mais pressa. E, assim, o culto da velocidade se retroalimenta, constituindo um dos males da atualidade. Vive-se com a incômoda sensação de que as 24 horas do dia são insuficientes para a montanha de afazeres que só tende a espichar. Antes que se possa colocar a culpa no relógio, cujos ponteiros, segundo rumores, estariam em franca aceleração devido ao aumento da velocidade de rotação do planeta, a física está aí para absolver o medidor universal de tempo. “O período de rotação da Terra aumenta cerca de 0,002 segundo por século, ou seja, serão necessários 100 mil anos para que ele aumente 2 segundos. Portanto, a velocidade de rotação do globo não influencia de maneira real a passagem do tempo para nós”, esclarece Adilson de Oliveira, doutor em Ciências e professor associado do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), autor de A Busca pela Compreensão Cósmica (Edufscar). Se o tique-taque segue sua cadência costumeira, o problema só pode estar no cronômetro interno do homem contemporâneo. “Fisicamente, o tempo não está sendo alterado. A sensação que temos de que ele está passando mais rapidamente está relacionada com o estilo de vida que adotamos”, assegura o físico.
"Desacelerar é possível", Didi Sudesh, raja iogue
A raja iogue indiana Didi Sudesh, coordenadora da Brahma Kumaris, na Alemanha, esteve recentemente no Brasil e ministrou a palestra Desacelerar É Possível: em Harmonia com o Tempo. BONS FLUIDOS conversou com ela.
BF: De que forma podemos construir uma relação amistosa com o relógio?
DS: Precisamos diminuir o ritmo. Quando estamos relaxados, nossa eficiência aumenta. A energia muda quando colocamos plena atenção nas tarefas e tomamos o tempo como amigo.
BF: Como melhor aproveitar o tempo livre?
DS: Voltando-se para dentro, a fim de explorar o tesouro espiritual. Assim, quando retornamos ao trabalho, o conhecimento adquirido será aplicado. Há uma reapropriação da confiança, do autorrespeito e da apreciação.
Aprender a priorizar


“Há cada vez mais demandas com as quais se deve lidar, mas o dia continua tendo apenas 24 horas. A sensação, portanto, é de compressão do tempo”, concorda Luís Mauro Sá Martino, doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), autor de Comunicação e Identidade (Paulus), entre outros títulos. Não bastasse o acúmulo de tarefas e funções, a instantaneidade que norteia o uso das tecnologias digitais passou a turbinar o dia a dia. “A possibilidade de estar conectado a todo momento preencheu alguns espaços de tempo até então livres”, aponta Martino. “O excesso de estímulos e informações compromete a produtividade e a qualidade de vida”, diagnostica Christian Barbosa, especialista em gestão de tempo e autor de Equilíbrio e Resultado – Por Que as Pessoas Não Fazem o Que Deveriam Fazer? (Sextante), entre outras obras. Antes que a saúde e o bem-estar paguem pela aceleração, precisamos aprender a planejar e priorizar. Dois verbos-chave dos novos tempos, de acordo com Barbosa. A expressão “tempo líquido”, cunhada pelo sociólogo polonês e crítico da modernidade Zygmunt Bauman, sintetiza outro aspecto relevante desse debate. Ao forjar tal metáfora, o intelectual disseca, com rigor, a sociedade do século 21. De acordo com essa análise, o novo envelhece em tempo recorde, as relações começam e terminam num piscar de olhos, as identidades se reformulam do dia para a noite. Impera em diferentes campos da existência, portanto, a lógica do consumo e do descarte instantâneo. O que, segundo o estudioso, contribui para acirrar a sensação de que o tempo escorre silenciosamente.

A histeria em relação ao correr das horas, entretanto, é anterior ao boom dos smartphones e tablets. No início dos anos 80, o médico americano Larry Dossey já havia atentado para o que ele chamou de “doença do tempo”, em referência à obsessão coletiva de que os minutos nos escapam e, portanto, é preciso acelerar a passada na tentativa de agarrá-los. Soma-se a isso a identificação com o ritmo postulado pelo capitalismo, segundo o qual precisamos extrair o máximo de produtividade das horas. Eis o berço de um ideal de conduta que resultou em excessos e desequilíbrios como esgotamento físico e mental, ataques de ansiedade e daí para pior.
Desacelerar é a meta


O historiador escocês Carl Honoré, difusor do movimento Slow – que prega a desaceleração das atividades cotidianas –, se percebeu como parte dessa manada ensandecida. O choque de realidade o sacudiu ao se ver numa livraria em vias de comprar um livro para o filho pequeno intitulado Histórias para Fazer Dormir em Um Minuto. Isso porque a vida “transformou- se numa corrida de obstáculos para tentar encaixar mais coisas no dia”, ele escreve no livro Devagar – Como um Movimento Mundial Está Desafiando o Culto da Velocidade (Record). “Quero ser capaz de ler para o meu filho sem ficar olhando para o relógio. Quero encontrar uma maneira de viver melhor.” Outro rebelde, como o cantor Lenine.

Nem todos têm essa clareza. A dinâmica da urgência perene e da maximização do tempo foram introjetadas de tal modo que passaram a moldar a percepção acerca dos processos orgânicos e psíquicos, do desenvolvimento profissional, da construção da intimidade e até do desfrute do lazer – basta lembrarmos que alguns roteiros de férias excluem o descanso propriamente dito. Acontece que certas coisas possuem cadência própria. A digestão completa leva de 24 a 72 horas para se efetivar, a gravidez, cerca de nove meses, cada estação do ano, 90 dias. Na visão do filósofo italiano Mauro Maldonato, autor de Passagens de Tempo (Edições Sesc SP), suprimir essas nuances em nome do pragmatismo equivale a esvaziar a própria vida de significados profundos. Segundo ele, tal postura inibe a assimilação da experiência vivida, por meio da qual o tempo se manifesta, englobando “outras esferas do humano: a recordação, a espera, a esperança, a coragem, a nostalgia”, escreve.

A terapeuta eutonista Andréa Bomfim Perdigão, autora dos livros Sobre o Silêncio e Sobre o Tempo (Pulso), de São Paulo, reconhece a importância desse resgate. “Há uma distorção da velocidade com que a vida deveria acontecer e o corpo é a porta de entrada para a desaceleração”, afirma. A profissional sensibiliza seus pacientes por meio de manobras e toques sutis. Ela busca acordar o indivíduo para a sua realidade interna, para o vasto espectro de sensações, sentimentos e percepções acessíveis somente na quietude. “Estamos pouco presentes na vida porque há muita distração, sem falar que o trabalho invadiu a rotina de forma descontrolada”, adverte ela, que defende a revalorização do ócio, do respiro entre chegar e partir para a próxima tarefa, da chance de olhar nos olhos do interlocutor, de apreciar o pôr do sol, de estar ao lado de alguém que precisa de ajuda. Ao apagarmos esses momentos vitais da agenda, acumulamos tensões nas articulações e nos músculos. Constrições que, segundo a terapeuta, geram dor, desconforto, enrijecimento. “É comum o paciente não perceber que está balançando os dedos sem parar ou movimentando os globos oculares de um lado a outro enquanto tenta relaxar de olhos fechados”, conta. “Nas pausas, olhamos para dentro de nós mesmos, para o que está bom e para o que está ruim. Tomamos conhecimento da vida”, destaca Andréa.

Para Barbosa, o bom balanço da vida é alcançado quando o indivíduo é capaz de alinhar o que quer conquistar e o que lhe faz bem – afetos, lazer, esporte, cultura, viagens. “Quanto mais tempo dedicamos a nós, maior é a vitalidade, a disposição e a produtividade.” O cientista social Luis Mauro Sá Martino está de acordo: “Aristóteles lembra que o caminho ideal é o equilíbrio: sem excesso de atividades, que levaria a desgastes, sem excesso de descanso, que pode resultar na estagnação”. A questão aqui é superar o receio de parar e, com isso, se desatualizar ou perder o fio da meada, preocupações comuns para quem atua no mundo corporativo.
Busque o equilíbrio


A advogada e professora universitária Camila Marques Gilberto, 31 anos, de Santos, no litoral paulista, encontrou a medida do equilíbrio. Mas só depois de enfrentar noites de insônia, crises de rinite e até palpitações provocadas pelo estresse. Workaholic assumida, ela abraçou a intensa rotina do escritório, mais aulas na universidade e o trabalho numa ONG. “Percebi que era hora de abrir mão de algo”, conta. Reduziu o ritmo da advocacia e reintroduziu na agenda o lazer e o contato com pessoas queridas. “Saí do papel de vítima. Meu nível de estresse vem diminuindo e sinto que as coisas estão fluindo melhor”, diz. Renata de Macedo Soares, 54 anos, presidente da Associação Morungaba, em São Paulo, voltada para a inclusão social por meio da dança, atravessou processo semelhante. “Ante a ampliação das atividades da entidade, acelerei meu ritmo”, conta. Sobrecarregada e insatisfeita com a nova dinâmica, sentiu necessidade de restabelecer a harmonia interior. “A eutonia tem me ajudado a olhar para dentro”, revela.

Aproveitar bem o tempo significa, segundo a terapeuta Andréa Perdigão, estar inteiro nas escolhas, conferindo consistência e profundidade ao fazer. Nesses momentos de lucidez e paz interior, parece tão óbvia a resposta para a pergunta que não quer calar: para que correr tanto, se a vida é tão rara?

Publicado em 28 de Outubro de 2012 - http://casa.abril.com.br/materia/tempo-desacelerar-equilibrio?utm_source=redesabril_casas&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_bonsfluidos

Postado por Tatiane Medeiros

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Metade - Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Postado por Tatiane Medeiros

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Objetivos ou Desejos?! Obrigação ou Prazer?!

Objetivo é uma meta ou alvo que se quer atingir; um fim, uma posição estratégica a ser obtida, um propósito a ser satisfeito. O termo objetivo traz uma sensação de obrigação, dever...
O que “tenho que fazer”, no sentido de obrigação, de dever, tem origem no Estado de Ego Pai. O Estado de Ego Pai é a parte da personalidade que age, pensa, sente de acordo com os aprendizados recebidos dos pais e demais figuras de autoridades nos primeiros anos de vida. São os valores, crenças, regras, tradições.
E o desejo? O desejo é vontade acompanhada de um elemento afetivo. E o desejo dá a sensação de algo agradável, e o desejo tem origem no Estado de Ego Criança. O Estado de Ego Criança é a parte da personalidade que age, pensa e sente como a criança que a pessoa foi. É a fonte da espontaneidade, da sexualidade, das mudanças criativas, das emoções e afetos, fonte de prazer e satisfação.
E se os objetivos vêm do Pai, e os desejos da Criança, e ainda, se não se atinge o objetivo se não o deseja: Deseje seus objetivos... transforme seus objetivos em desejos!
1.      Faça uma lista dos seus desejos.
Escreva numa folha de papel o que lhe vier à cabeça, sem nenhuma correção, ou julgamento de certo ou errado. É a sua lista. Não mostre a ninguém até que a tenha analisado. Escreva todos os desejos que lhe vier à cabeça, sejam imediatos ou em longo prazo, tolos, picantes, pequenos ou grandes.
Uma vez postos no papel, os desejos se tornam concretos, e assim é possível estudá-los, reorganizá-los, apagá-los reorganizá-los, apagá-los e corrigi-los.

2.      Especifique cada desejo.
Quanto mais especifico, maiores as chances de conseguir.

3.      Estabeleça prioridades, pois os desejos podem ser muitos, mas é preciso pensar no tempo.

4.      Obtenha informação e examine criticamente cada desenho.
É essencial para se obter o que deseja examinar e obter todas as informações relacionadas a cada desejo, e com essa análise pode se chegar a conclusão de que não se quer absolutamente isso.

5.      Classifique seus desejos em:
1)      coisas que você pode fazer sozinho e que nada custam;
2)      coisas que você pode fazer sozinho e que custam alguma coisa;
3)      coisas que você pode fazer com os outros e que nada custam;
4)      coisas que você pode fazer com os outros e que custam alguma coisa.

6.      Verifique que parte de você é responsável por cada desejo: Pai, Adulto e Criança, ou uma combinação dos três.
Se o desejo não é da Criança, provavelmente não realizará, pois é a Criança que proporciona a motivação do “desejar”. Se o desejo é apenas da criança, talvez a sua realização não seja algo bom, pois a Criança não leva em consideração as consequências e outras realidades. Se o desejo é apenas do Pai, pode-se sentir um forte dever, uma ordem, e com isso a Criança pode sentir medo, e o medo pode prover alguma motivação, mas o medo, embora possa ter raízes na preservação da vida, nem sempre produz enriquecimento de vida. O Adulto precisa envolver-se também no desejo, pois é ele que entra com o “como fazer”. A associação entre o Adulto e a Criança é por vezes bem sucedida. A compreensão objetiva é função do Adulto. A combinação Pai, Adulto e Criança, se tal configuração for possível, significará em geral que o desejo será realizado.

Realize seus desejos e seja feliz!
Tatiane Medeiros Cunha

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ordem e Amor na Família

Olá leitoras e leitores que nos acompanham!!

Assistam a este instigante vídeo do Dr. Fernando de Freitas que nos oferece uma forma de olharmos para nossas famílias e nossa relações familiares com mais equilíbrio!!!

Desejo a vocês boas e potentes reflexões e re-decisões de vida!!
Grande abraço
Fabiana Vitorino

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Poetando na vida...

Gente
Gente que sente
Gente que sente o repente
Gente que sente o repente de repente
e repetindo-se
descobre...
o sabor da vida
a cor do drama
a ventura dos dias
o aconchego da cama
e o de repente se torna presente
e o presente se torna passado
e o passado se torna memória
e a memória compõe a história de toda gente.

Por Fabiana Cândida Vitorino

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O segredo dos cinco furiosos!

Olá pessoal, vale a pena assistir a este vídeo! Conta a trajetória de cinco animais mostrando como suas forças e fraquezas quando conscientes e harmônicas podem ser utilizadas para uma grande transformação em suas vidas!
Grande abraço
Fabiana Vitorino

Golfinho, a carpa e o tubarão

Uma brilhante metáfora criada por Dudley Lynch e Paul Kordis do Brain Technologies Institute - do tubarão, da carpa e do golfinho.
       Existem três tipos de animais: as carpas, os tubarões e os golfinhos. A carpa é dócil, passiva e que quando agredida não se afasta nem revida. Ela não luta mesmo quando provocada. Se considera uma vítima, conformada com seu destino.
       Alguém tem que se sacrificar, a carpa se sacrifica. Ela se sacrifica porque acredita que há escassez. Nesse caso, para parar de sofrer ela se sacrifica. Carpas são aquelas pessoas que numa negociação sempre cedem, sempre são os que recuam; em crises, se sacrificam por não poderem ver outros se sacrificarem. Jogam o perde-ganha, perdem para que o outro possa ganhar.
       Declaração que a carpa faz para si mesmo:
·         "Sou uma carpa e acredito na escassez. Em virtude dessa crença, não espero jamais fazer ou ter o suficiente. Assim, se não posso escapar do aprendizado e da responsabilidade permanecendo longe deles, eu geralmente me sacrifico."
       Nesse mar existe outro tipo de animal: o tubarão. O tubarão é agressivo por natureza, agride mesmo quando não provocado. Ele também crê que vai faltar. Tem mais, ele acredita que, já que vai faltar, que falte para outro, não para ele!
       "Eu vou tomar de alguém!" O tubarão passa o tempo todo buscando vítimas para devorar porque ele acredita que podem faltar vítimas. Que vítimas são as preferidas dos tubarões? Acertou, as carpas. Tanto o tubarão como a carpa acabam viciados nos seus sistemas. Costumam agir de forma automática e irresistível. Os tubarões jogam o ganha-perde, eles tem que ganhar sempre, não se importando que o outro perca.
       Declaração que o tubarão faz para si mesmo:
·         "Sou um tubarão e acredito na escassez. Em razão dessa crença, procuro obter o máximo que posso, sem nenhuma consideração pelos outros.
Primeiro, tento vencê-los; se não consigo, procuro juntar-me a eles."
O terceiro tipo de animal: o golfinho. Os golfinhos são dóceis por natureza. Agora, quando atacados revidam e se um grupo de golfinhos encontra uma carpa sendo atacada eles defendem a carpa e atacam os seus agressores.
       Os "Verdadeiros" golfinhos são algumas das criaturas mais apreciadas das profundezas. Podemos suspeitar que eles sejam muito inteligentes - talvez, à sua própria maneira, mais inteligentes do que o Homo Sapiens. Seus cérebros, com certeza, são suficientemente grandes - cerca de 1,5 quilograma, um pouco maiores do que o cérebro humano médio - e o córtex associativo do golfinho, a parte do cérebro especializada no pensamento abstrato e conceitual, é maior do que o nosso. E é um cérebro, como rapidamente irão observar aqueles fervorosos entusiastas dedicados a fortalecer os vínculos entre a nossa espécie e a deles, que tem sido tão grande quanto o nosso, ou maior do que o nosso, durante pelo menos 30 milhões de anos.
       O comportamento dos golfinhos em volta dos tubarões é legendário e, provavelmente, eles fizeram por merecer essa fama. Usando sua inteligência e sua astúcia, eles podem ser mortais para os tubarões. Matá-los a mordidas? Oh, não! Os golfinhos nadam em torno e martelam, nadam e martelam. Usando seus focinhos bulbosos como clavas, eles esmagam metodicamente a "caixa torácica" do tubarão até que a mortal criatura deslize impotente para o fundo.
       Todavia, mais do que por sua perícia no combate ao tubarão, escolhemos o golfinho para simbolizar as nossas idéias sobre como tomar decisões e como lidar com épocas de rápidas mudanças devido às habilidades naturais desse mamífero para pensar construtiva e criativamente. Os golfinhos pensam? Sem dúvida. Quando não conseguem o que querem, eles alteram os seus comportamentos com precisão e rapidez, algumas vezes de forma engenhosa, para buscar aquilo que desejam. Golfinhos procuram sempre o equilíbrio, jogam o ganha-ganha, procuram sempre encontrar soluções que atendam as necessidades de todos.
       Declaração que o golfinho faz para si mesmo:
·         "Sou um golfinho e acredito na escassez e na abundância potenciais. Assim como acredito que posso ter qualquer uma dessas duas coisas - é esta a nossa escolha - e que podemos aprender a tirar o melhor proveito de nossa força e utilizar nossos recursos de um modo elegante, os elementos fundamentais do modo como crio o meu mundo são a flexibilidade e a capacidade de fazer mais com menos recursos."

Postado por Tatiane Medeiros