sexta-feira, 13 de julho de 2012

O desenvolvimento psicológico da criança do nascimento aos 8-10 meses de idade

O desenvolvimento psicológico da criança do nascimento aos 8-10 meses de idade –
Aprendendo a confiar (fase da ligação)

O primeiro estágio do crescimento psicológico fora do corpo da mamãe é chamado ligação. O impulso principal do bebê neste período é o de ligar-se a outros seres humanos, isto é, o de estabelecer intimidade psicológica. Durante os primeiros meses de vida, a personalidade do bebê se funde com a das pessoas encarregadas de satisfazer as suas necessidades. Essa relação é chamada de simbiose.
Em biologia o termo simbiose refere-se à relação entre dois organismos que vivem juntos em união estreita. Cada um dos organismos precisa do outro para completar certos aspectos de seu ciclo vital. A simbiose se refere a uma união mutuamente benéfica, e não uma relação parasitária.
Na relação simbiótica, os bebês fazem sua primeira aprendizagem da confiança básica. Desenvolvem confiança em si próprio; aprendem que podem enfrentar determinadas situações e a responder de maneira efetiva.
O bebê também aprende a confiar em seu ambiente, sabendo que receberá dele a resposta adequada. Os adultos, por sua vez, aprendem a identificar as necessidades do bebê de maneira mais precisa.
Em algumas famílias, mais de uma pessoa entra em simbiose com o bebê.
Desde o inicio, os bebês mostram diariamente novos aspectos de sua personalidade. As crianças distinguem a luz da escuridão e percebem varias formas de desenhos muito cedo. Com poucas semanas, voltam à cabeça para seguir objetos brilhantes com os olhos. Embora não possam pensar para resolver problemas, elas recolhem dados ativamente e aprendem uma boa quantidade de coisas.
Durante essa primeira fase de rápido desenvolvimento interno e externo, as crianças necessitam de pais que respondam adequadamente as suas necessidades de alimento, ar, caricias e proteção contra estímulos externos muito intensos ou dolorosos.
Os bebês precisam tornar-se cada vez mais conscientes de suas necessidades, fazer alguma coisa para que sejam satisfeita, e ser recompensados por seus esforços. Todas as vezes que são bem sucedidos, eles aprendem a ser ativos e a aumentar sua competência.
Devemos evitar tanto o extremo da superproteção quanto o da negligência.
A superproteção ensina a passividade e a convicção de que as pessoas são capazes de ler o pensamento de seus semelhantes: “a mamãe percebia, por que você não?” “se você me amasse, saberia do que preciso.” Se nós, pais, identificamos as necessidades de nossos filhos antes que comecem a sentir o desconforto que as acompanham, estaremos interferindo com a sua aprendizagem de como entrar em contato com suas necessidades e aprender a pedir.
A negligencia também ensina a passividade e a crença de que não se pode confiar nas pessoas. A maneira mais extrema de não responder é não ouvir os sinais de aflição do bebê. Essa atitude ensina ao bebê que “minhas necessidades não contam. Não há nada que eu possa fazer para que minhas necessidades sejam satisfeitas”.
Quando os pais assumem uma posição passiva, do tipo “não há nada que eu possa fazer por essa criança”, o bebê capta a mensagem de que a mamãe e papai não podem suportar o seu choro, e com isso renunciará ao comportamento (de chorar) e desconsiderará suas necessidades pessoais para satisfazer outras mais vitais, como manter a única fonte de alimento e de caricias de que dispõe (mamãe e papai). Nessas circunstancia, o bebê aprende a cumprir injunções do tipo “não sinta”, “não chore” e “não dê atenção às suas necessidades”.
As necessidades humanas básicas incluem ar, alimento, agua e caricias. Crianças pequenas necessitam de caricias positivas incondicionais.
As maneiras como os bebês são criados têm influencia sobre suas percepções de si próprios e do tipo de caricias que reconhecem como familiares, confortáveis, aceitáveis, etc. Bebês que são acariciados por uma pessoa somente adquirem confiança em sua própria competência e valor, e desenvolvem relações muito intensas do tipo pessoa para pessoa. Aprendem a confiar numa pessoa profundamente. Podem vir a confiar ou não em outros. Bebês que experimentam consistentemente a companhia de um pequeno grupo de adultos afetuosos passam a sentir-se também competentes; e estão em boa posição para aprender a confiar nos outros. Bebês se desenvolvem bem quando são cuidados por um pequeno grupo de pessoas que fornecem caricias afetuosas e previsíveis.
Os bebês podem, entretanto, sofrer uma carga excessiva de caricias. Quando alguns bebês são acariciados em demasia, eles respondem recusando as caricias. Outros respondem com irritabilidade, agitação e uma expressão assustada. Bebês sabem muita coisa a respeito do que precisam e nós, pais, podemos aprender com eles.
A paternidade comprova a nossa sexualidade. Demos inicio a uma nova vida humana com nossos próprios corpos num momento de paixão. Nosso amor frutificou. Torna-se evidente que tivemos relações sexuais intimas. De outro lado, passamos a desfrutar de um status; somos reconhecidos como adultos e passamos como nossos filhos para a posição que nossos pais ocuparam conosco. Também encerramos um período de liberdade e entramos numa fase de compromisso que dura de dezesseis a vinte anos ou mais.
Quando contemplamos nossos bebês, revivemos velhas emoções de nossa infância.
As necessidades básicas dos novos pais são semelhantes as de seus bebês: boa nutrição, boa higiene e carícias. Boa higiene significa estar atento ao repouso.
As tarefas da criação de filhos nesse período são:
·      Pensar pelo bebê – ouvir sinais de aflição, perceber o que está acontecendo e descobrir do que precisa o bebê.
·      Proteger o bebê – cuidar do bebê de maneira efetiva, de modo que ele se sinta seguro, confortável e atendido sempre que expressa uma necessidade.

Referencia Bibliográfica
BABCOCK, D. E. & KEEPERS, T. D. Pais OK Filhos OK. Circulo do Livro, São Paulo, 1976.


Postado por Tatiane Medeiros

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